sábado, 20 de fevereiro de 2010


Novas regras ortográficas começaram a valer no dia 1º de janeiro de 2009


 
 
 
 
 
Rio - Pode ficar tranquilo. A ideia é que se enfrente o esforço heroico para que haja simplificação e unificação entre os países de Língua Portuguesa. Mas que ninguém fique paranoico. Achou uma feiura e sentiu diferença na grafia?




No dia 1ºde janeiro, na Academia Brasileira de Letras, durante a comemoração do centenário de morte de Machado de Assis, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o decreto de promulgação do Acordo Ortográfico dos sete países de Língua Portuguesa. Ou seja, as novas regras ortográficas começam a valer em 1º de janeiro, e devem estar nos livros didáticos até dezembro de 2012.



Para nortear a transição, a ABL lança em 2009 a 5ª versão do Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), feita pelo acadêmico Evanildo Bechara. “As mudanças são pequenas, vamos simplificar a língua”, diz ele. Além da supressão do trema, em palavras como ‘tranqüilo’, as letras K, W e Y entram no alfabeto, agora de 26 letras. Haverá novas regras para uso do hífen e acentuação. Ditongos abertos de palavras paroxítonas, como ‘heróico’ e ‘paranóico’, por exemplo, perdem o acento.



“O Acordo tem importância maior do que possa parecer à primeira vista”, ressaltou Lula, que recebeu a medalha comemorativa do centenário de morte de Machado na ABL. Segundo Lula, o Acordo aproxima o Brasil de outros países lusófonos (Angola, Cabo Verde, Portugal, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, além de Timor Leste que deve seguir o acordo), entre os quais destacou os africanos.



“Vamos implementar e muito a circulação de obras literárias e artísticas entre nossos povos”. A reforma não é unanimidade. “O Acordo pode ajudar, mas é inútil e improdutivo. Se mandaram tirar o acento, eu tiro, mas obedeço contra a vontade”, brincou o acadêmico Carlos Heitor Cony. Já Sergio Paulo Rouanet destaca: “Se queremos transformar o Português em língua universal, a 6ª mais falada, é preciso acabar com a loucura da mesma língua grafada de maneiras diferentes. Ajuda na barganha internacional”, defende.



Dizendo ter como meta aumentar o hábito de leitura no Brasil em 2009 — quer que todos os 5.500 municípios tenham biblioteca pública —, Lula finalizou a cerimônia citando Machado: ‘Palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo ou a revolução. Façamos juntos a revolução do livro e da leitura em nosso País”.



Alfabeto

Inclusão das consoantes , K, Y, e W no alfabeto, que agora passa a ter o total de 26 letras.



Acentos

Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas

(apoio, boia, centopeia, Coreia, ideia, jiboia, joia, plateia, paranoia).



Não se usa mais o acento no i e u tônicos quando vierem após um ditongo em palavras paroxítonas (feiura, enxague, boiuna, averigue).



Não se usa mais o acento que diferencia as palavras pára/para, pêlo/pelo, pólo/polo. Mas o acento permanece em pôde/pode, pôr/por, têm/tem, vêm/vem.



Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo (voo, zoo, enjoo, leem, creem, veem, abençoo, perdoo).



Hífen

Não se usa mais o hífen na palavra sub-humano (que vira subumano).



Palavras compostas que não têm mais hífen: paralama, mandachuva, paraquedas, parachoque.



Não se usa mais hífen em palavras terminadas por vogal com segunda palavra iniciada também por vogal: autoescola, extraoficial, infraestrutura, contraindicação, semiárido.



Usa-se hífen nas palavras em que o segundo elemento começa pela mesma consoante em que termina o primeiro. Exemplos: super-romântico, hiper-requintado.



Palavras compostas que tinham hífen e, agora dobram o ‘r’ e o ‘s’, como exceção à regra anterior: antissocial, ultrassonografia, autorretrato, contrassenso.



Não tinha hífen e agora tem (palavras formadas por prefixo ou falso prefixo terminado em vogal e segunda palavra iniciada pela mesma vocal): anti-inflamatório, arqui-inimigo, micro-ondas.



Ortografia

Palavras que ganharam a opção da dupla grafia: aspecto/aspeto, cacto/cato, concepção/conceção, corrupto/corruto, recepção/receção, caracteres/carateres, dicção/dição.



Trema

Foi abolido (grafias novas: cinquenta, tranquilo, sequestro, linguiça, aguentar, arguir, linguista).

Notícia do Jornal "O Dia"

Um comentário:

  1. Muitooo interessante esse Novo Acordo Ortográfico. Sabemos que o nosso idioma é um dos mais difíceis para falar e escrever na íntegra, mesmo tendo uma certa formação acadêmica em( Letras) é raríssimo encontrar brasileiros que utilizam o português corretamente,ou seja,a língua padrão.
    Acreditamos que seja devido a péssima qualidade no próprio aprendizado e a complexidade gramatical, relacionada a língua tão vasta.
    Esperamos que essa evolução nos ajude a compreender como se escreve e fala corretamente sem muita dor de cabeça.

    O bom Português agradece !!!

    ResponderExcluir